Sobre

O fato de começar minha carreira na Petrobrás me possibilitou entender quais são as preocupações de projetos grandes e diferenciar CRUD’s de sistemas realmente complexos.

O primeiro contato com RabbitMQ

Minha primeira implantação de RabbitMQ aconteceu em 2013, e a decisão foi 100% minha, mas não foi nada fácil.

Eu não tive ajuda para escolher qual abordagem adotar.

Não contei com ninguém que conhecesse mensageria, sequer pude discutir sobre as soluções disponíveis no mercado. 

Naquela equipe eu era Gerente, Arquiteto e muitas vezes desenvolvedor. A natureza do trabalho que minha equipe conduzia ali era gestão de mídias (MP3, MP4) e conteúdo em geral de uma plataforma de streaming. 

Toda a integração que trazia novos conteúdos da Sony, Warner, EMI, BMG, Universal, conteúdo nacional e internacional, para a plataforma era feita através dessa equipe.

Quando eu cheguei, encontrei um processo manual de importação. O processo dependia de um programador que abria o visual studio, alterava algumas strings (paths) e id’s e executava um console em modo debug. Apontando diversos desses paths para os servidores de produção.

Aquela atividade era parte das tarefas que garantiam que contratos eram executados, promoções eram feitas. Era parte do coração da empresa, e sim, dependia de um desenvolvedor com visual studio aberto, executando um console com o debugger aberto.

O resultado desse trabalho era que era executado apenas o que era prioritário, e dos terabytes de dados que recebíamos todos os meses, processávamos apenas alguns poucos gigabytes.

Assim havia um passivo imenso de conteúdo não processado.

Eu precisava de pouca escalabilidade e controle de processamento para lidar com a carga de trabalho, que precisava ser diluída para não afetar os outros times e outros consumidores dos nossos 5 bancos de dados, envolvidos na importação.

Com a quantidade de servidores que eu tinha, levaria mais de 1 mês para processar tudo. Isso, presumindo zero erros.

Estava claro que eu precisava de alguma ferramenta que me permitisse fazer algum tipo de controle de processamento, controle de atividades processadas. Com resiliência, com confiabilidade.

A escolha

Foram 3 semanas em que me dediquei exclusivamente à busca de uma ferramenta que pudesse me ajudar nessa tarefa.

Foi a primeira vez que tentei entender o RabbitMQ e não foi amor à primeira vista. Eu ainda estava imbuído do ranço e do rancor pela ineficiência do MSMQ e ingenuamente acreditei que pudesse ser mais do mesmo. No entanto, quanto mais eu buscava, mais meu estudo apontava para o RabbitMQ como um dos finalistas. Por fim o fato da SpringSource estar por trás do RabbitMQ me chamou a atenção positivamente.

Ao olhar quem estava usando a solução no mercado, eu entendi que estava diante de algo imponente, e não poderia descartar sem antes estar muito certo da minha decisão.

Na reta final o RabbitMQ ficou entre os finalistas, e para decidir entre eles eu fui obrigado a entender de fato o que o RabbitMQ faz e como faz.

Como eu já comentei algumas vezes, as primeiras rodadas de análise que faço, busco falhas e constraints que me tirem o máximo de opções da mesa. Para que si sobrarem 2, ou 3 soluções, tenha mais tempo para me dedicar aos benefícios dessas soluções. 

E foi assim que elegi o RabbitMQ, principalmente pelo standard AMQP, que era produzido por um consórcio com os principais players do mercado de “filas”, incluindo Microsoft, Red Hat, VMWare, WSO2 e muitos outros.

Essa decisão veio junto com uma arquitetura aderente à mensageria, que possibilitou alcançarmos níveis de processamento jamais vistos na empresa. 

O resultado

Essa solução me rendeu o prêmio de funcionário do ano em 2013.

Desde então eu fiz inúmeras implantações, de diversos tamanhos e para diversas finalidades.

Desde recuperação de projetos, até o simples uso para Log centralizado.

Implantei RabbitMQ em projetos de todos os tamanhos e conduzi times a entender mensageria e aplicações assíncronas. São centenas de desenvolvedores da “mesa ao lado” que ensinei, ajudei, liderei no entendimento desse universo. Além dos muitos milhares que assistem meus vídeos, estudam pelos meus posts, e consomem o conteúdo que produzo sobre RabbitMQ.